História dos cinemas em Caruaru

 *Texto estraído do site www.caruarucineclick.com.br

O cinema provocou um verdadeiro frisson quando apareceu no século XIX. Era uma revolução para o olhar e para arte de representar. Logo, tornou-se um ícone da condição moderna e da vida urbana emergente. A acreditar em Nelson Barbalho, em Caruaru o primeiro cinema pertenceu curiosamente, lá pelos idos da década de 10, ao coronel João Guilherme e denominou-se Cine-Palácio. Sua duração estendeu-se por curto período. No final desta década, a cidade veria se instalar ainda o cine Jupy e o cine Luzo Brasileiro. 
Relatos dão conta de que as exibições dos primeiros cinematógrafos dividiam os caruaruenses conservadores entre o espanto e a curiosidade, a sedução e o fascínio. No início dos anos 20, João Condé   ( opai dos Irmãos Elísio, João e José) inaugurou na cidade o Cine Avenida (Cine Teatro Rio Branco). Nos tempos áureos da atividade algodoeira, esse cinema marcou época e se tornou uma das atrações mais charmosas de Caruaru. Concorridas sessões eram anunciadas nos jornais e cartazes espalhados na rua da Matriz e exibidas especialmente nos finais de semana.

O sucesso da sétima arte era tamanho que já em 8 de outubro de 1939 o comerciante Santino Cursino inaugurava, na praça José Martins, o Cine Caruaru, que chegou a comportar 1.400 pessoas. Em 13 de julho de 1946, os cinéfilos de Caruaru seriam brindados com a inauguração, na atual praça Pedro de Souza, do Cine Santa Rosa, que chegava acomodar 1.506 pessoas. Nos anos 40 e 50 esses dois cinemas disputavam a preferência dos caruaruenses, sendo ponto obrigatório de encontro de várias gerações que se espremiam nas filas, ao sabor conversas, paqueras e boas gargalhadas.

Em setembro de 1955, Ivan Soares, Assis Claudino, Anastácio Rodrigues, entre outros, chegaram a criar o Cine Clube de Caruaru, um cinema de arte com o objetivo de promover círculos de estudo, bem como o gosto pelo bom cinema. As sessões eram exibidas no Cine Difusora, um outro ponto de cinema de Caruaru. Em 21 de Abril de 1961, a vida social de Caruaru ganhava o Cine Irmãos Maciel que também veio a ser bastante tradicional, exibindo filmes clássicos, românticos, etc.

Os anos 60 e 70 foram marcados pela censura e repressão política, com impactos indeléveis na produção cultural de todo país. Caruaru assistiu, aos poucos, melancolicamente, seus tradicionais cinemas desaparecerem e com eles grande parte da memória da vida artística da própria cidade. O Cine Grande Hotel apareceu nos anos 80 e desapareceu tão logo foram inaugurados os cinemas Caruaru I e II, do Shopping Center Caruaru. Estes fecharam suas portas já faz mais de dois anos, deixando a cidade quase órfã de cinemas e mais pobre culturalmente. Atualmente, a única possibilidade para o cinéfilo é o Cine Max, um cine pornô que funciona desde 2002 ao lado da prefeitura.

Abaixo: Cine Santa Rosa
 
Abaixo: Cine Caruaru
Acima: Cine Teatro Rio Branco e abaixo o Cine Grande Hotel